Na verdade, adoraria ser olheiro. Só que não procurava talentos escondidos em clubes de futebol de qualidade duvidosa. Não. Eu procurava gente. Todo o tipo de gente. Identificava essa gente e catalogava-a, como se faz com os livros. Inventava uma espécie de tabela:
000 gente
000.1 gente que não gosta de ser gente.
000.2 gente que gosta de ser gente.
dentro da categoria 000.1, havia espaço para:
0001.01 gente que não gosta de ser gente, mas também não quer ser nada.
0001. 02 gente que não gosta de ser gente, mas queria ser um super-herói.
Dentro da categoria 000.2, havia espaço para:
000.2.01 gente que gosta de ser gente aos domingos.
000.2.02 gente que gosta de ser gente e por isso é parva.
e por aí fora, a lista seria infinita, como a estupidez da gente que há no mundo. Era uma trabalho extenso, mas divertido, seguramente.
1 comentário:
Fixe Antunes. Estás definitivamente de volta. Forte.
a.
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