parvoíce matinal

Depois da ausência, volto com náusea q.b. e algumas considerações insignificantes sobre a alergia que me tem atacado, por completo, as narinas e a parte superior dos olhos, quase a chegar à testa. É do tempo, dizem alguns. Eu digo não, não é do tempo - é de mim. Aqui há tempos, o senhor Azevedo matou o cão malhado da Matilde. Disse entre bocejos e os faróis multiplicados em pequenos vidros na estrada que o conduzia até Gondomar: não tive tempo de travar. O tempo serve desculpa para tudo, para isto: por uma questão temporal, não tenho a cabeça disponível para procurar outros exemplos. Ah. O que quero mesmo dizer é que já nasci cansado e, por vezes, o que trago comigo é nada, roupa interior e uma camisola que me está larga. Não me interpretem mal, as coisas podem ser outras na óptica redutora das teses psicanalíticas - na minha reles opinião de campónio deprimido, isto é só, e apenas, a consequência grave da nossa total privação ao paraíso que só Eva conheceu, essa vaca egoísta. Porque os dias são chatos e os camelos com que me cruzo todas os dias são chatos e parvos - e uma pedra à beira deles é o mar, se me faço entender.

Podem esquecer, eu não me lembro de nada.

Sem comentários: